Remitente: Tâmara Caroline Almeida Terso
Grupo de interés: Organización sin fines de lucro
Idioma: Portugués
¿Qué entiende por Alfabetización Digital para el desarrollo de habilidades cívicas?
Alfabetização digital para o desenvolvimento de habilidades cívicas deve focar na construção do
pensamento crítico com consciência democrática e desenvolvimento da cidadania. Neste sentido, os
processos de alfabetização digital devem ser dialéticos, incorporando elementos dos modos de
vida das populações nas quais se propõe implementar a alfabetização, ao passo em que se
reelabora os processo de alfabetização para cada território criando significações que ampliam a
construção de saberes sobre o digital.
Deve considerar o aprendizado, em primeiro lugar, para
o reconhecimento do papel das tecnologias, que envolvem desde suas materialidades, códigos e
agentes envolvidos, e seus impactos, desde a idade escolar.
Tal alfabetização deve estimular
o desenvolvimento de autonomia para escolhas sobre os usos e aprendizados para a elaboração de
tecnologias (robótica, programação), além de conhecimento de direitos associados, como à
proteção de dados pessoais. Assim, mais que consumidores de tecnologias, nossas populações podem
e devem se tornar criadoras delas, posição estratégica que, além de facilitar o exercício de
direitos e a participação política, contribui com a manutenção das culturas locais e com a
própria soberania nacional.
¿Qué papel juega la Alfabetización Digital para el desarrollo de habilidades cívicas en el ejercicio de los derechos humanos?
Ela é essencial para a promoção dos direitos humanos. A própria inclusão digital é defendida como direito humano, pois a partir da ferramenta aliada a alfabetização digital o cidadão pode desenvolver suas habilidades de pensamento crítico e de busca pelo conhecimento.
Tendo em vista a mediação tecnológica das mais diversas atividade sociais, esse aprendizado
significa acesso ao trabalho, à educação, ao lazer, à comunicação, à saúde e outros direitos.
Exemplifica essa relação o atual contexto de digitalização do acesso à políticas públicas. O
exercício da participação política neste contexto de mediação deve ter em vista a necessidade de
um acesso seguro.
Para tanto, deve estar associado à promoção de direitos, como à comunicação , à privacidade, à liberdade de expressão e à proteção de dados pessoais. No contexto em que estamos, significa também promover resiliência da sociedade contra desinformação e outros problemas marcantes do ambiente digital atual, os quais afetam a democracia.
Além disso, a Digital Literacy, se construída respeitando os processos de elaboração de tecnologias sociais já em curso, contribui para a tomada de decisão com participação social sobre em quais áreas e com quais metodologias a mediação digital é relevante ou não. Retomando o exemplo da crescente digitalização dos dados e plataformização das políticas públicas, uma população com a capacidade de entender os processos e implicações dos meios digitais pode contribuir para barrar processos de sobreposição de tecnologias, uma vez que as maiores denúncias de violações de direitos no acesso à políticas públicas em ambiente digital e plataformas estão direcionadas paa a desigualdade de acesso à TICs e internet e a destruição de métodos e tecnologias sociais de seguridade implementadas com êxito, como é o caso do CADúnico no Brasil.
¿Cuáles son los principales riesgos o efectos de la falta de Alfabetización Digital para el desarrollo de habilidades cívicas en la actualidad? ¿Cómo se manifiestan principalmente estos efectos?
A falta de incentivo e políticas públicas que promovam a alfabetização digital faz com que o Brasil fique cada dia mais distante do exercício da cidadania no ambiente virtual. A maior parte da população não tem conhecimento nem dos seus direitos humanos básicos o que agrava ainda mais a desigualdade social e reforça o racismo estrutural no país.
As desigualdades existem são mantidas e podem ser reforçadas com o fosso digital entre
diferentes segmentos da sociedade, o que contribui para a ampliação da desigualdade.
A população se torna mais vulnerável às práticas de desinformação, com efeitos nefastos para
a democracia. Além disso, a vigilância pode ser mais aguda e facilitada por vazamentos de dados,
por exemplo, o que também compromete a autonomia individual, a organização coletiva e a
convivência democrática.
Um efeito identificado na pandemia de COVID-19 foi a dificuldade no acesso à políticas
públicas, como o auxílio emergencial. Segundo estudo realizado pela Rede de Pesquisa Solidária
da Universidade de São Paulo, em 2020, mais de 7 milhões de pessoas elegíveis para receber o
auxílio emergencial não tinham como acessar tecnologias como aplicativos, pois viviam em
domicílios sem acesso à internet e/ou não dominavam as ferramentas digitais responsáveis pelo
cadastro de acesso ao benefício. A consequência? Inúmeras filas que se formaram nas portas de
agências da Caixa Econômica Federal com famílias em busca de informações sobre como utilizar o
aplicativo para acessar o auxílio.
¿Conoce y podría compartir datos sobre el estado de la Alfabetización Digital en su país o región?
Dados do Relatório anual The Inclusive Internet Index 2019 (elaborado pela revista britânica e patrocinado pelo Facebook)
- 31ª posição no ranking geral de 100 países (preparo, facilidade de acesso, disponibilidade e relevância da internet em nível global)
- 66ª posição alfabetização
- 50ª posição políticas de incentivo do uso da web
- 4ª posição nível de confiança em informações compartilhadas em redes sociais
O mapeamento sobre os usos e concepções da Internet, Tecnologias da Informação, Comunicação e
Justiça socioambiental «»Territórios Livres, Tecnologias Livres»», realizada pelo Coletivo
Intervozes, a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rirais Quilombolas e o
Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste aponta que entre as 274 famílias, dos nove
estados do Nordeste brasileiro participantes da pesquisa, 80% tem acesso à internet, mas menos
de 10% produzem conteúdos para os ambientes digitais. Esse dado releva a dificuldade que as
famílias dos povos e comunidades tradicionais, pessoas negras e moradoras de territórios rurais
têm para manusear as ferramentas digitais do modo como são desenhadas hoje, sem acessibilidade e
com arquiteturas não compatíveis com as linguagens utilizadas por esses seguimentos da
população.
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